Alguns dos locais que eu visito, são descobertos acidentalmente. Tenho por hábito pedalar observando entradas de trilhas, morros e outros acidentes geográficos. Na última pedalada, rumo a Lagoa dos Patos, observei uma pequena entrada, o Beco da Pedra Chata.
Parti cedo, acreditando que seria possível acessar o morro visível da entrada deste beco. Pedalar 30km não é tarefa complicada. O dia quente anunciava a chegada do verão. O calor se faz presente e deixa claro que o retorno vai seria sob Sol forte.
Percorrer a estrada de terra do Beco da Pedra Chata até o ponto estabelecido (BPC02 curva) é fácil. Difícil é vencer a vegetação fechada e com espinhos, carregando a bicicleta, após este ponto.
Para seguir adiante ao ponto BPC02 não é fácilDescampado de solo irregular
O terreno é bastante irregular. Pedalar a bicicleta não é algo fácil. Não consegui atingir meu objetivo principal, que era a subida do morro do Beco da Pedra Chata. Acabei por explorar áreas próximas em busca de um ponto de acesso. Muitas propriedades particulares circundam este morro.
Abacaxi pelo caminho
Vou ter de voltar em outra oportunidade ao local, levando um “facão” para abrir uma “picada” / caminho. Por hora registrei paisagens interessantes, além de ter contato com animais.
MorroAmigo encontrado pelo caminho…
O retorno foi realmente escaldante. O Sol inclemente fez com que a performance da pedalada de volta para casa fosse muito lenta. Tal qual foi previsto no início da jornada.
O caminho era longo e o terreno acidentado. Tudo isso já era sabido antes de eu partir para esta jornada. Mesmo assim, cedo, pouco depois das 5h da manhã já me encontrava pedalando, sob a luz da “SuperLua”.
Pedal madrugador
A primeira surpresa do caminho se deu na rotula de entrada do bairro Restinga. A madrugada escura envolvia uma multidão de pessoas e carros que trancavam a via, era mais um fim de festa de grandes proporções.
Fim de festa na Restinga
A medida que o Sol começou a raiar, os quilômetros iam se acumulando e os bairros ficando para trás. Serraria, Ponta Grossa, Hípica, Canta Galo, Lami, acabou Porto Alegre, começou Viamão. Itapuã. Vencer este trajeto não é tarefa das mais difíceis. Qualquer ciclista com um mínimo de preparo físico consegue vencer este trecho. Todo ele é asfaltado. Pouco depois da Vila de Itapuã, acaba o asfalto. É um trecho tranquilo de pedalar, embora a velocidade média diminua neste terreno.
SuperSol
Passando o parque de Itapuã, sigo em direção ao Hospital Colônia Itapuã, vulgo Leprosário, seguir adiante é o desafio. Deste ponto em diante é praticamente inexistente o transito de pessoas. Ingresso em uma pseudo estrada que corta fazendas de criação de gado e lavoura. É um caminho pouco utilizado, praticamente não existe uma trilha demarcada.
Trilha sem trilha
O silêncio e a solidão. Sou envolto por ambos. Apenas o canto de alguns pássaros me acompanha. Até que… fura um pneu. Lá se vão uns 10 a 20 minutos na tarefa de trocar o mesmo. Terminado o serviço prossigo, e novamente mergulho no meu rumo.
O progresso não é veloz. Sempre utilizando o GPS como guia, com pontos que eu pré-determinei.
Algumas cercas devem ser puladas. Numa delas uma grande boiada “fugiu” com a minha aproximação.
Ossos do ofício
Trechos arenosos, onde pedalar é impossível, felizmente não são longos estes trechos. Terrenos alagadiços, terrenos pantanosos, barro, todos se fizeram presentes.
Faltando pouca distância para o objetivo, a Lagoa dos Patos, o cheiro da água se faz perceptível, trazido pelo contra vento. Sou tomado de assalto por grande alegria ao primeiro vislumbre da lagoa.
Lagoa dos Patos
Antes das 9h da manhã eu estava à beira da Lagoa dos Patos, após percorrer 51,4km em 3h15minutos.
nenhuma pegada até que eu dei o primeiro passo
Um mergulho revigorante na lagoa. Fiquei aproximadamente 30 minutos aproveitando esta orla. Infelizmente ocorreu um vazamento dentro da minha mochila, que inutilizou uma muda de roupa que eu havia planejado usar após o mergulho.
Pegadas
Após este momento de diversão, iniciei meu retorno. O retorno, o retorno na minha opinião é uma parte… enfadonha. O objetivo já foi atingido… Mas retornar é preciso.
Neste instante o Sol se apresentou com bastante força. Voltar para a estrada da Varzinha, implicou em cruzar alguma cercas e campos sem trilha alguma. O GPS é de grande auxilio nestas horas. Uma vez de volta a estrada, o resumo é pedalar e acumular quilômetros, 60, 70, 80, 90 e 100. Cansativo o retorno, mas necessário.
Enfim 100km pedalados para poder mergulhar em uma lagoa. Há quem diga que isso é loucura, outros dirão que bela aventura. Na minha opinião, valeu cada gota de suor!
RESUMO
101,35 Km pedalados
5h16 minutos pedalando
1h29 paradas (mergulho na lagoa + troca de pneu + pequenas paradas de hidratação)
3346 calorias queimadas
Dificuldade: Difícil
MAPA
Detalhe
Esta trilha requer um bom preparo físico. Vou publicar outras duas opções cujas distancias percorridas são menores, para quem deseja pedalar até encontrar “agua”.
Caso tenha interesse em realizar esta trilha sozinho basta ir. Caso queira contar com auxílio de um guia, entre em contato via e-mail. Lembre-se que neste trajeto eventualmente pode ser preciso cruzar propriedades privadas. Tenha em mente a possibilidade de ataque de cães, represália por parte do proprietário além de sanções legais.
Já remei diversas outras oportunidades para a Ilha das Pedras Brancas / Ilha do Presídio. Em função destas “experiências”, recebi alguns convites para visitar a ilha acompanhado. Aceitei todos. Porém em função de fatores diversos na hora da partida fiquei só.
Uma vez que eu tinha somente registros fotográficos da ilha, parti sozinho para realizar um pequeno documentário em vídeo, para aqueles que tem curiosidade de conhecer a ilha. VÍDEO ABAIXO.
A ilha das Pedras Brancas
A meteorologia previa chuva e vento, no dia escolhido para a visita. Eu particularmente tenho minhas ressalvas com relação a esta “ciência”. E desta vez erraram na previsão. O dia não poderia ter sido melhor. Clima agradável, sol na medida certa e nada de chuva.
Previsão de chuva… Hein?
A remada de 4km até a ilha foi tranquila, mesmo com o Rio Guaíba estando 2 metros acima do seu nível normal em função das chuvas de dias anteriores. Nada de sustos, um pouco de turbulência na saída. Posteriormente as águas se acalmaram.
Como de costume circunaveguei a ilha para verificar se havia alguém desembarcado nela. Este 360° na ilha leva 5 minutos. Satisfeito com a minha análise, de que a ilha estava inteiramente a minha disposição, desembarquei.
A guarita
Após “esconder” o caiaque no mato, para evitar que ele seja encontrado por alguém que venha atracar na ilha, parti para exploração da antiga estrutura do presídio.
É uma construção sólida, com grossas paredes. Porém o tempo e a depredação do local são evidentes. É um local silencioso. Eu fico imaginando como foi ser um preso político quando do funcionamento da prisão…
Findada a parte histórica… trilha… existem duas guaritas nesta ilha, nos pontos mais altos. Inacessíveis… Ou não… Fui até uma delas. Desta vez estava preparado. Trouxe equipamento para auxiliar na ascensão.
Pequena Escalada
Para quem tem disposição, a vista compensa o esforço.
Escalei e desci de rapel. Recolhi o equipamento e retornei ao caiaque. Retornei remando, até que próximo ao meu ponto final, encontrei o grupo de caiaques PescaiaqueRS Metropolitan. Este pessoal esta organizando a remada internacional de Porto Alegre…
PescaiaqueRS Metropolitan
Ah, o Rio Guaíba e suas infinitas possibilidades, para quem nunca conheceu, não sabe o que esta perdendo…
RESUMO
10,67 Km remados + trilhados + escalados
2h49 tempo total
615 calorias queimadas
Dificuldade: Média, considerando pessoa com habilidade caiaque + rapel
Eventualmente recebo alguns convites. Convites “não usuais”. PingoBerta, contatou e solicitou minha companhia para uma incursão na Trilha da Ponta Grossa (zona sul de Porto Alegre – RS).
Vencidas as tratativas de praxe, ficou acertado… 5h30 de domingo no início do calçadão de Ipanema (Porto Alegre). Observar que neste dia entrou em vigor o horário de verão, então no horário solar, a atividade iniciou ás 4h30.
Pontualmente iniciamos a corrida de 23km. O trajeto consistiu em correr até a trilha, pela estrada da Ponta Grossa. Fazer a trilha, 4km de trailrun, e retornar ao ponto de partida.
Finalizado o trecho do calçadão, o caminho até chegar na trilha é asfalto / acostamento de terra. Existem trechos com boa iluminação e outros nem tanto. O ideal se sua intenção é fazer esta trilha a noite, prefira durante a fase da lua cheia.
Entramos na trilha, com ela ainda escura. A corrida neste primeiro trecho teve velocidade diminuída, em função de declive somado ao solo de pedras que estavam molhadas.
Vencido este pequeno contratempo, a trilha se torna um passeio muito agradável. Trechos com vegetação muito fechada e molhada. Passar por estes trechos encharcou as roupas já suadas. Trechos em que o túnel verde permite a passagem com amplo espaço para o corpo. Mirantes de pedras. Caminhos de pedras. É inspirador realizar este tipo de atividade com o dia clareando.
Próximo ao final, é preciso atenção, uma vez que a trilha é “espremida” pela vegetação de um lado e um “penhasco” do outro. Passar por este local requer atenção.
Lado direito é uma queda de 6 a 8metros
Infelizmente meu GPS no meio do caminho “bugou”, e gravou apenas metade do trajeto. As informações abaixo me foram passadas pelo Pingo, e o gasto calórico foi estimado.
RESUMO
23,8 Km percorridos
3h10 tempo total
1840 calorias queimadas (estimativa)
Dificuldade: Difícil em função do terreno e distância envolvidos
MAPA – Infelizmente o GPS “travou” durante o trajeto.
No link abaixo veja o percurso de uma incursão passada para Ponta Grossa
Já escrevi e publiquei algumas expedições neste morro. Não há muito que acrescentar. Subir, não é tarefa fácil. Pedalar é complicado, quase toda subida é empurrando a bicicleta. Por outro lado, literalmente o outro lado do morro, é uma descida absolutamente prazerosa. A inclinação é “suave”, permitindo uma descida controlada e veloz, utilizando apenas o freio.
“Portal”
Ponto Portal, marca o início. Passou deste ponto, não para mais, até chegar no asfalto, onde sempre tem cachorros lhe aguardando para uma calorosa recepção. Um Fila vira-lata e um clone de PitBull, entre outros, sempre soltos na rua. Após o ponto Saída, tenha cuidado.
DownhillVoandoSempre tem cachorrada…
Hoje o post é curto, e curta o vídeo.
Trilha sonora da trilha, é cortesia da Banda Tombshit. Obrigado Raphael Lemos pela liberação de uso do track.
O tempo era curto. Logo o trajeto não poderia ser longo. Mas a bicicleta clamava por atenção, neste final de madrugada de sábado. Sem destino, fui pedalar. O objetivo iria se resumir a pedalar 2 horas. Uma hora para ida e outra voltando.
Percorrendo o trajeto que escolhi, inicialmente achei uma ferradura, indicativo de sorte. Pouco depois, vislumbrei ela… A antena. Já visitei ela outras vezes, mas sem o devido registro de imagens.
Sai da estrada asfaltada e iniciei a parte off-road. Aqui o desafio mais duro se apresentou, a escalada do morro onde ela esta instalada. Extremamente íngreme a lomba. É extenuante transpor este obstáculo.
Cheguei na antena e não existindo nenhum aviso ou barreira física impedindo a entrada, entendo que o local é aberto para visitação. Escondo a bicicleta entre a vegetação, no caso de alguém passar pelo local e ficar tentado a “levar” a mesma.
Iniciei a subida da antena. É uma longa escada até o topo. A medida que avanço, o vento se apresenta com mais força.
Longa escada
É um exercício de autocontrole interessante. Controlar a respiração que tende a hiperventilar, a cada degrau vencido. Controlar o medo, as mãos e pés para não errar a passada. Olhar para baixo é um pouco assustador.
Alto
Consumi um bom par de minutos para chegar ao topo. Uma vez lá, que vista. O céu se apresenta em uma cor azul vibrante. Contrastando com a exuberância verde da vegetação. O Sol desponta no horizonte com toda a sua energia. O vento zumbindo sem parar. É um espetáculo para poucos que se atrevem a ver o mundo de um ângulo pouco usual.
Eu poderia ficar no topo a contemplar a paisagem por bastante tempo. Infelizmente eu não dispunha de muito.
Desci a escada, recuperei a bicicleta e rumei para a lomba anteriormente escalada. Descer é assustador, tal a velocidade que se alcança. Nesta um pequeno “acidente”. Não vou relatar aqui, deixo que o vídeo fale por si.
Com a proximidade do final do inverno, cada vez mais fico tentado a “ir para água”. Um pequeno canal/braço de rio, chamou minha atenção na margem oposta de Porto Alegre, no Rio Guaíba, ao lado da planta industrial da Aracruz.
Não resisti e as 6h da manhã me dirigi até a margem do Rio Guaíba, carregando o caiaque. “Soltei as amarras” pouco antes das 7h da manhã. A minha frente uma remada estimada entre 8 e 9 quilômetros.
Cabe uma pequena ressalva. Nesta manhã um grande nevoeiro/cerração pairava sobre a cidade e sobre o rio. Não era possível enxergar mais do que 10 metros à frente. A navegação / orientação seria toda por instrumentos. A bussola indicava o rumo 251° como meu azimute. E desta forma parti. Após poucas remadas fiquei absolutamente sem nenhum ponto visível em terra para orientação, para qualquer lado que eu olhasse, via somente água e névoa. É preciso saber o que se esta fazendo quando as condições não são as ideais. Fazer esta travessia sob tempo fechado, sem conhecimento de navegação por instrumentos, é um grande risco. Rapidamente você pode ficar desorientado, entrar em pânico… A água não tolera erros, não tolera pânico.
No meio do rio, nublado, visibilidade menor que 10 metros. Céu e água fundidos.
Segui firme no meu rumo, fazendo pequenas correções. Porém a medida que eu avançava em direção ao canal de navegação, por onde passam grandes embarcações, navios de carga, um barulho de motor ficava cada vez mais forte. Parei junto ao canal de navegação e aguardei. A adrenalina era grande. Consultei minha posição no GPS, eu estava à margem do canal. Fiquei um tempo esperando, acreditando que a qualquer momento um grande navio iria cruzar minha frente… Porém o volume do barulho do motor era constante, não aumentou enquanto eu estava parado. Reuni um gole de coragem e parti remando vigorosamente para cruzar o canal. Remei de forma incansável. E cruzei o mesmo. Foi nervoso, acreditar que a qualquer momento teria de remar ainda mais rápido para escapar de uma possível colisão.
Felizmente nenhum navio cruzou meu caminho.
Após remar 1h40min, segundo o GPS a margem a qual me dirigia, estava a apenas 400 metros da minha posição. Porém eu ainda não consegui ver a terra. O Sol finalmente começou a romper a barreira da névoa. E não mais que de repente visualizei. – TERRA À VISTA!
Terra à vista
A entrada do canal, o qual eu havia planejado explorar estava logo a frente. Minha navegação foi muito assertiva. É recompensador perceber seus próprios acertos.
Sem demora iniciei a exploração do local. Aves de médio / grande porte, peixes igualmente grandes. São alguns dos inquilinos desta área. Arvores que obstruem completamente o leito do rio, criando tuneis verdes. Alguns chegam até a linha d’água, tentando impedir o progresso das embarcações.
Fantástico, relaxante remar neste local. Uma lástima que poucos são aqueles que se aventuram em conhecer estes locais “remotos”. Por outro lado, é maior a preservação deste.
Deixo as imagens contarem a história.
Entrando no canalObstáculos, galhos.Firme na remadaSaída do canal
Após a visita, é chegada a hora de retornar. São outros 9 quilômetros de remada. Felizmente desta vez é com campo visual amplo, o nevoeiro já se dissipou. A margem para qual me dirijo agora, é visível. Diversos navios cruzam meu caminho. Felizmente a distância entre nós é suficiente para evitar colisões. O vento também se apresenta na direção contraria ao meu destino, formando ondas e freando meu progresso, porém nada impossível de ser vencido.
Vento contra, Sol e ondas no retorno
Eu desejo apenas chegar. O telefone toca, atendo o telefone em alto mar, ou melhor em alto rio. Sou inquirido do motivo da minha demora e informo minha localização e de que meu progresso é mais lento do que o que eu havia previsto.
Cada quilometro que eu venço em direção ao meu destino final, é motivo de grande comemoração de minha parte. Aos 19 quilômetros, minhas forças praticamente me abandonam. Remei estes dois quilômetros de forma robótica. Foi extenuante este final.
Enfim cheguei, cravei a proa do caiaque na areia, e fiquei ali, sentado contemplando minha conquista. Aquele um minuto, um misto de descanso e alegria pelo que alcancei.
Chegar, alivio.
Finalizei a remada, recolhi o equipamento e pouco depois das 11h30 minutos da manhã já estava em casa, para “curtir” o final de semana em família, depois de uma bela mijada, por ter demorado além da conta na remada, que era estimada para 3 horas de duração.
Recebi um convite, de uma ONG, para participar de uma “remada” rumo ao Morro/Ponta do Arado (bairro Belém Novo, Porto Alegre – RS). Com o objetivo de “abraçar” simbolicamente este local, que recentemente foi vendido para uma empreiteira, que pretende construir nesta “área nativa” um condomínio de casas. Pode ser uma das últimas oportunidades de ver o local em sua forma natural.
Contextualizando, a Ponta do Arado, era propriedade e serviu de morada ao jornalista Breno Caldas, filho de Caldas Junior. Breno que esteve à frente do jornal Correio do Povo (publicação diária e o jornal “referência” na sua época), “faliu” durante sua gestão. Os motivos, deixo para você fazer a busca e tirar suas conclusões.
A “remada coletiva” não se concretizou. Porém a minha vontade de realizar a mesma era imensa. Escolhi a data e parti sozinho.
Era sábado pela manhã. As 5h da madrugada, consegui finalmente colocar dentro de um carro compacto o caiaque. Levei 30 minutos para realizar a manobra, buscando a melhor configuração.
Remando antes do amanhecer
Pouco depois das 6h, caiaque na água, remada em direção ao aglomerado de pedras no Rio Guaíba, metade do caminho para Ponta do Arado. Aqui estava programado o desjejum matinal. Durante esta “refeição”, que alegria ver o Sol nascer com toda sua força e seu colorido, anunciando um novo dia.
Aglomeração de pedras no Rio GuaíbaDesjejum matinal, que local…
Finalizada esta etapa, segue a remada. Aqui cabe ressaltar, os “perigos” do Rio Guaíba. Próximo as pedras, raspei o fundo do caiaque diversas vezes em pedras submersas à flor d’água. Embarcações de maior calado, é desaconselhável explorar a área, sem uma carta náutica atualizadíssima. Outro risco são as redes de pesca, sem sinalização, que são colocadas no rio. Passei sobre uma. Felizmente meu calado e quilha são pequenos, não fiquei preso, como já ocorreu outras vezes em que estava velejando em barco quilhado com bulbo, ficando este preso na rede. Fique atento!
Rede de pesca
Pouco mais de 2 quilômetros de remada, cheguei em uma praia na Ponta do Arado. Realizei pequena expedição no local, pois estava com os pés descalços. Não me aproximei da casa de Breno, com receio de encontrar algum cachorro, ou algo do gênero.
Desembarque na Ponta do Arado
Voltei ao caiaque. Durante a remada de retorno a câmera foi batizada. A ventosa que segurava ela se desprendeu. Felizmente, utilizo uma corda presa nela. Facilmente recuperei o equipamento.
Vento entrou, formou ondas. Caiaque furando onda, “mergulhando”
Com relação a remada, esta é na minha opinião, bastante fácil. A distância é pequena, é possível orientar-se utilizando pontos notáveis em terra. Enfim “tudo vale a pena se a alma não é pequena”.
Finalizei a remada, recolhi o equipamento e pouco depois das 8h30 minutos da manhã já estava em casa, para “curtir” o final de semana em família.
Pouco depois das 6h da manhã já estou na rua. Caminhando. Isto em função do peso dos equipamentos que levo dentro da mochila. Cordas, mosquetões, freios e demais acessórios para escalada e rapel. Não pesei a mochila, mas tranquilamente estou falando de mais de 10kg de equipamentos.
Mas não posso reclamar. Eu tinha a opção de ficar em casa, dormindo. Deixar todo o equipamento esquecido em um canto escuro.
A minha escolha foi carregar todos estes itens, em direção a caixa d’água, localizada próximo a entrada do parque do Morro do Osso, em Porto Alegre (RS).
o desafio…
Calculei o tempo para que minha chegada ao local coincidisse com o raiar do dia. O plano de escalar a caixa d’água, requer muita luz, visando maior segurança. Aqui meu planejamento se mostrou muito assertivo. Cheguei ao local já com o dia claro.
É um local calmo. Pouco movimento nas ruas que circundam esta praça, onde fica localizada esta caixa d’água.
Lentamente preparei os equipamentos e lancei a corda sobre a viga do primeiro estágio da caixa d’água. Corda fixada com sucesso. Preparei dois cordeletes com nós para ascender na corda presa a viga. A tarefa foi fácil. Porém realizei ascensão de maneira lenta. Prefiro realizar tal atividade com calma, checando tudo, para que não haja nenhum imprevisto, visto que eu estava sozinho.
Escalando ao raiar do dia
Acessei o primeiro estágio. Deste, eu pretendia lançar a corda para o segundo estágio e ascender por ela. Porém a escada fixa da caixa d’água já estava ao alcance da mão. Escolhi esta via para acessar o topo.
Primeiro estágio vencido
Após ingressar na escada, cujo acesso não é fácil, prossegui de maneira mais rápida rumo ao topo. Atenção que a estrutura da escada já apresenta avançados sinais de corrosão. É desaconselhável realizar esta escalada. Existe um grande risco envolvido.
Escada para o topo
Chegando ao topo, uma sensação de dever cumprido. Eu havia estabelecido a meta de subir. Planejei metodicamente a ascensão. Executei o planejamento com pequenas melhorias. E cumpri meu objetivo.
Chegando ao topoVista
Há quem não veja sentido nesta empreitada. “Fi-lo porque qui-lo”. Não sou alpinista profissional, mas me é gratificante vencer os desafios aos quais me proponho.
Retornando ao solo. Sensação de dever cumprido.Ghost rapel. Técnica para recuperar o equipamento.
Caso você tenha interesse em receber maiores informações com relação as atividades de Coaching e TEAL, entre em contato utilizando o link contato.
O bônus veio no retorno da escalada, passei em frente ao clube AABB. Neste estavam testando uma pista de mountan bike. Evento que vai ocorrer no final de semana dos dias 20 e 21 de agosto de 2016.
O domingo de tempo ameno convida para uma pedalada. Depois de quase 30 dias praticamente parado, em decorrência da última queda que ocorreu no caminho da pedreira, no inicio de julho de 2016. Queda esta que me causou um desconforto doloroso na cervical, por quase todo este tempo.
Parti tão logo acordei. Escolhido como destino o Morro da Tapera, este não apresenta grandes dificuldades para ser percorrido.
Rapidamente cheguei ao ponto escolhido para entrar na trilha. Rumo ao topo do morro.
O trânsito estava intenso. Nunca antes havia passado por um “engarrafamento” em trilha alguma. Corredor, motos e eu de bicicleta. Felizmente cada um seguiu seu caminho sem maiores problemas.
Engarrafamento
A trilha tem todos os tipos de solo. Terra, pedregulhos soltos, grandes pedras. Nada intransponível.
Túnel verde
Chegar ao topo é sempre uma alegria. A vista, o silêncio, o ar, elementos que renovam o espirito.
VistaTopo
Acabei descendo pelo lado mais íngreme. Aqui é preciso atenção para evitar acidentes. O risco existe e não é pequeno. Outro problema é que a saída é por uma propriedade particular. Não recomendo seguir. Embora eu não tenha tido problemas com o “dono”, que permitiu minha passagem. Aconselho seguir o trajeto do ponto T4 ao T7. A descida é mais “suave”.
Quanto a câmera, o resultado inicial foi positivo, embora tenha anotado alguns pontos para melhorar as próximas filmagens.
RESUMO
21,0 Km pedalados
2h11 tempo total (pedalados e parado trocando um pneu)