Essa é uma trilha pela qual tenho uma “memória afetiva”. Fiz ela muitas vezes antes de começar o projeto TriTrilhas. Eis que tive nova oportunidade de realizar a mesma. Seguem imagens e considerações.
A trilha pode ser iniciada tanto da ponta sul da Praia de Cima (Pinheira), ponto IniPRAIA, ou pela rua, ponto IniRUA.
Eu iniciei pela praia, fui até a entrada da rua e depois segui em direção a Guarda do Embaú.
A trilha não é das mais difíceis. porém carece de uma melhor sinalização. O ponto BIFURCA1 permite atalhar a ponta da Pinheira. Eu preferi fazer o trajeto mais longo.
O ponto BIFURCA2 é preciso atenção para dobrar a esquerda. Não há sinalização neste ponto.
Literalmente deu um “BUG” na camera.
A trilha segue e se atinge o ponto mais alto, de onde é possível visualizar a “Praia da Gaúcha” nome popular de uma praia deserta entre a Pinheira e a Guarda, cujo nome se originou no passado quando gaúchas se dirigiam a esta praia deserta para tomar Sol de topless.
Descendo em direção a Praia da Gaúcha
O caminho estava molhado, e existem trechos que oferecem um certo perigo.
Descida final para chegar na Praia da Gaúcha, muito íngreme.
Ao final da praia deserta, é preciso subir, vencer mais uma subida.
Foi um dia nublado, final de inverno… Mas era o dia que eu tinha disponível para realizar a trilha. Se não estão caindo raios, segue a trilha… Foi o que eu fiz.
Sai cedo pela manhã em direção ao Rosa Sul. Ao chegar no início da trilha foi possível ver um pedacinho do Sol nascendo.
A trilha tem um grau de dificuldade baixo. É curta, pouca elevação, não exige muito preparo físico para superar a mesma.
Existem vários caminhos para fazer a travessia Rosa Sul para Praia do Luz, pode ser costeando o mar, ou cruzando o morro. Pela costa é um pouco mais difícil transpor alguns trechos de pedras. Pelo morro, existe uma pequena subida para se vencer.
Dependendo do caminho você pode cruzar com alguns bois e vacas…
Alguns trechos são de mato fechado, mas a maior parte é somente vegetação rasteira.
No topo do morro é possível visualizar ambos os lados / praias.
E para finalizar, uma “borboleta agarrada na merd@…”
Para evitar ser arrastada pelo vento… vale tudo, até ficar agarrado na merd@
Bah, pouco planejamento e muita vontade… Assim fui. Pela trilha saindo da Praia do Rosa, passando pela Praia Vermelha, Ouvidor e Barrinha… e voltando por esse mesmo caminho…
Depois de muito tempo voltei aqui para a Praia do Rosa. Desta vez munido de GPS e câmera.
Iniciei as 6h da manhã de um dia que não prometia Sol. Chegar ao Rosa Norte é fácil. Aqui inicia a primeira parte da trilha. Rosa Norte em até a Praia Vermelha. Esse é o trecho com maior ganho de altitude. A trilha é bem sinalizada e conta com alguns trechos “pavimentados” por pedras. Percorrer esse caminho é recompensador, a vista é…
Após esse primeiro morro, chega-se a Praia Vermelha. Essa era quase uma praia particular no passado, praticamente todo o entorno da praia foi adquirido pela família controladora da Siderúrgica Gerdau.
Praia Vermelha – trilha em direção ao Ouvidor
Hoje felizmente existem “servidões de passagem” por onde é possível fazer a trilha do morro saindo da Praia Vermelha em direção a Praia do Ouvidor. Esta é a trilha “mais confortável” nela existem diversas pontes nos trechos mais difíceis.
Ponte auxilia na trilha
No topo do morro entre a Vermelha e o Ouvidor também há uma “estrada” que a família proprietária do local construiu…
Estrada no topo do morro
A Praia do Ouvidor tem seus encantos…
Praia do Ouvidor
no canto Norte da Praia do Ouvidor inicia a trilha em direção a Barrinha.
Iniciei a trilha “por fora” pelas pedras…
Eu iniciei a trilha entre o Ouvidor e a Barrinha, pelas pedras, mas é fácil encontrar as “servidões de passagem”, pequenas porteiras ou bretes que permitem os caminhantes a cruzar terrenos particulares. O grau de dificuldade pela grama, é menor em relação ao caminho que eu fiz pelas pedras
Neste trecho, é possível encontrar muito gado pastando…
vaca na trilha…
E depois de 8,5km e 1h40min, cheguei ao meu destino, a Praia da Barrinha.
Barrinha
O grau de dificuldade não é grande. Exige sim um mínimo de preparo físico. É preciso observar as chuvas no dia anterior em relação ao dia que se deseja fazer a trilha. Fui em um dia após chuvas. O caminho onde haviam pedras estava escorregadio. Recomendo cautela.
Assim começa uma trilha em tempos de quarentena. Acordei as 5 horas da manhã, preparei a mochila com equipamentos necessários e parti as 6 horas. No escuro da madrugada fria, com uma mochila pesando 10kg nas costas, sozinho, evitando assim qualquer contato com qualquer transeunte… tá tipo trilha padrão 🙂
De bermuda e camiseta, o corpo demora um pouco a esquentar. Chegando na Estrada das Furnas, que agora esta praticamente toda asfaltada, subir aquela lomba em um só tiro com o peso do equipamento, deixou o corpo aquecido na medida. E o Sol raiou!
Iniciei a trilha rumo a pedreira já com o dia claro. Revisitar lugares legais, é sempre bacana, ver o que mudou e o que segue igual. A trilha em si não apresenta maiores dificuldades para chegar na pedreira. Em dois trechos é preciso “carregar/empurrar” a bike.
A pedreira maior, esta sempre é diferente a cada visita, isto pois ela segue sendo explorada. E obviamente isso a transforma diariamente.
A pedreira menor também sofre alterações. A vegetação ao seu entorno. Por um momento até pensei que haviam retirado a pedra que utilizo para ancorar a corda para descida do rapel. Mas era um golpe de vista, proporcionado pela vegetação.
Após ancorar e testar a via para descida, só alegria. Com algumas escoriações e pedras soltas. Creio ser desnecessário avisar para não tentar o rapel caso não tenha experiência, ou desacompanhado de quem a tenha.
Rapel finalizado, equipamento guardado. Mais trilha agora para sair. A saída ocorre pelo Campo da Tuca. Lomba abaixo segurando a velocidade de descida com freios… Como é bom parar um pouco de pedalar.
RESUMO
34,25 Km
4h18min Tempo Total
2h48min Pedalando
1.608 Calorias
Dificuldade: Média
<< aguarde link >> Clique no mapa para o track GPS
Frio, muito frio. No dia mais frio do curto inverno gaúcho, pedalei pelo Morro da Tapera.
Uma pedalada curta, tranquila e muito bacana. O frio esteve presente durante todo o percurso. Uma pequena queda também se apresentou no meu caminho. Fora isso, só alegria…
Segue o vídeo
Mais detalhes e mapa do Morro da Tapera, clicar no link abaixo…
A ideia era grande e desafiadora. Percorrer as 06 (seis) lagoas e seus canais de ligação, entre Cidreira e a Barra de Tramandaí/Imbé. Escolhi para realizar o desafio um dia com vento do quadrante Sul. Felizmente havia essa previsão de vento durante a janela que eu tinha para realizar a travessia.
São 6h da manhã. Solicitei apoio para o transporte do caiaque ao ponto de partida, coube ao meu solicito e prestativo advogado Cristiano Müller esta tarefa. Chegando em Cidreira apontei a ponte que escolhi para o início da jornada, ele incrédulo, – Mas é aqui mesmo?
Caiaque foi rapidamente para água, assim como os demais equipamentos, principalmente o GPS, dentro de um saco estanque preso ao caiaque. Equipamento fundamental para o sucesso da minha expedição.
Iniciei a travessia da primeira lagoa, a Lagoa da Fortaleza ou Azul. O vento Sul neste instante era de pouca intensidade, se fez presente, auxiliando na direção em que eu remava. Minha energia estava a pleno, sendo realizada rapidamente. O primeiro canal foi encontrado sem maiores dificuldades, mesmo estando ele “escondido” pelos juncos.
Juncos escondem entrada do canal
Pouco depois de iniciar a remada no canal, lá estava a barragem Lagoa Azul. Como não havia muita referência a ela na Internet, foi uma surpresa. Meu receio é que ela provocasse um “correnteza”, que poderia me “jogar” em suas corredeiras, fui muito cauteloso na aproximação desta. Felizmente nenhum susto maior. Consegui contornar ela caminhando sem dificuldade.
Canal
Barragem Lagoa Azul
Após a barragem o canal é muito raso. Raspei o fundo do caiaque diversas vezes no fundo raso.
Adentrei a segunda lagoa, Lagoa do Manuel Nunes. 3km de remada. O vento se intensifica. Há um discrepância no mapa que me guia. Este mostra um desenho diferente do lago/entrada do canal. Felizmente contornei o problema rapidamente e entro no segundo canal. Ao final deste canal, existe uma pequena ilha de areia que leva para a terceira lagoa.
Canal raso
Ilha de areia
A terceira é a Lagoa do Gentil. São mais 3km. O vento levanta marolas de popa. Eventualmente consigo surfar estas. Outra me ultrapassam, e literalmente passam por cima do caiaque, enchendo o cockpit de água. Este é um dos riscos de navegar com o vento de popa, ondas que “lavam” a embarcação miúda.
Mesmo com condições climáticas adversas, faço uma navegação impecável, chegando precisamente no próximo canal. Aqui uma pausa para repor calorias, após 4 horas remando.
Revoada
Saindo deste canal a lagoa de número 4, a Lagoa das Custódias. Misericórdia, essa foi dura, o vento e ondas entravam pela alheta de boreste. Desestabilizando o caiaque. Foi pouco mais de 4km remando em condições que já não mais eram das mais favoráveis. Para piorar acabou a bateria do GPS. Era impossível trocar estas neste trajeto. Tive de achar o canal “no tato”. Felizmente antes do GPS apagar, eu havia marcado um ponto notável em terra que simbolizava a entrada do canal. Foi nessa direção que remei e encontrei o “fu**ing” canal. Nele tratei de trocar as pilhas do GPS.
Este canal marcou a “volta para a civilização”. No entorno dele diversas casas e pessoas. Mas após ele, eu desconhecia o tamanho do problema que viria a enfrentar.
Lagoa do Armazém e Lagoa Tramandaí. Esse trajeto de pouco mais de 3 km foram absolutamente infernais. Vento forte e ondas de través, por mais que eu tentasse manter a linha reta amarela pretendida, era impossível. O Vento me empurrava para a ilha de juncos. O cockpit ficou novamente alagado. Eu estava remando por mais de 6h30min, 25km. Minha força já era apenas uma fração. Foi uma luta contra a natureza, melhor dizendo, uma negociação. Lutar contra a natureza é derrota na certa, é preciso negociar, fazer concessões para atingir o objetivo pretendido modificando um pouco o trajeto planejado.
Vento sul pelo través, impossível manter uma reta
Enfim venci este trecho. E logo encontrei a barra de Tramandaí. Aguas mais calmas. Tomou 40 minutos para percorrer estes 2,5km. Minha força já me abandonava por completo. Encalhei o caiaque no ponto pretendido para o meu resgate. Não sai do mesmo. Estava com frio, ficar dentro dele me abrigava do vento em meu corpo molhado. Liguei para o meu resgate e fiquei 30 minutos parado. O pessoal que aproveitava a orla, me olhava de um jeito estranho, mal sabiam eles tudo que eu havia passado…
RESUMO
30,53 Km
7h11min tempo total
1734 calorias queimadas – estimativa baixa
Dificuldade: Extrema / Insano
Clique no mapa para o track GPS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este tipo de expedição para empreender sozinho, é preciso ter muita Fé em si mesmo. Acreditar e conhecer a ti mesmo. Se quebrar o teu “espírito” no meio do trajeto, acho difícil conseguir/chamar qualquer apoio.É preciso acreditar na tua força e seguir remando, negociando tua passagem, mesmo quando os elementos estão contra ti.
Nem tente fazer tal trajeto se não tem conhecimento de navegação por GPS. Tão pouco se não tem intimidade com caiaque, águas, saber nadar …
Não há qualquer marcação/sinalização da entrada destes canais.
O período de final de ano, inicio de ano novo, é uma época muito festiva. Muita bebida fermentada, lautas refeições noturnas. Inevitavelmente quando participo destes jantares, tenho dificuldade de realizar no dia seguinte alguma atividade física. Havia programado sair ás 5h da manhã. Consegui fazê-lo somente ás 7h.
Não obstante, o trago mal curado que atrasou minha saída, meu planejamento também não foi o mais apurado. A intenção era percorrer o trajeto correndo. Acabei caminhando a maior parte deste. Levei pouca água, apenas um litro. Esqueci o par de meias reserva, assim como uma outra cueca, para o caso de molhar estes itens, poder trocar os mesmos, para evitar principalmente assaduras na virilha.
Lá fui, em direção a Trilha dos Cataventos, já sob a luz do Sol e seus primeiros raios matinais. Este trecho inicial é fácil, em torno de 6~7km. Basicamente é cruzar a cidade de Tramandaí em direção a trilha.
Logo na entrada da trilha, o efeito dos excessos se apresentam na forma de uma tremenda dor de barriga. Neste ponto metade da água que estava comigo foi utilizada.
O início da trilha é um terreno fácil de percorrer. Um pouco de areia, grama, chão batido. O único ponto a ressaltar são as imensas poças de água que ocupam toda a passagem. É impossível contornar as mesmas. É preciso molhar o pé. A dica é tirar o tênis e cruzar a poça com os pés descalços. Evitando molhar o tênis e a meia e assim evitar eventuais bolhas causadas pelo atrito do tênis molhado ao pé. Eu não fiz isso. Tentei cruzar saltando e obviamente não obtive sucesso. Molhei o pé. E pior, não tinha outra meia seca para trocar.
Outra ponto negativo deste trecho inicial são os insetos. Uma espécie de “mutuca”, muito inconveniente, um bando delas tentava a todo custo extrair um amostra do meu sangue, para lhes servir de refeição.
Aqui neste trecho já se observa a proximidade dos cataventos (geradores eólicos). Somente mais alguns quilômetros, dois ou três e é possível estar próximo a eles. Creio não ser indicado se aproximar e tão pouco tocar nestes equipamentos, em função da eletricidade estática.
Deste ponto em diante segui por uma das poucas áreas de dunas naturais que estão preservadas no litoral do Rio Grande do Sul. É E-X-T-R-E-M-A-M-E-N-T-E bonito este local. Dunas brancas, altas, de uma textura lisa que foram delicadamente talhadas pelo vento presente da região. Lindo demais.
Mas a maior surpresa estava por vir. No cruzamento da área de dunas em direção a estrada/praia, encontrei uma lagoa de água doce, transparente, límpida, de pouco mais de 60cm de profundidade. Absolutamente fantástica. Uma pintura. Me senti no nordeste do Brasil, Lençóis Maranhenses. Não resisti. Me atirei de corpo e alma.
Estas lagoas, assim como as dunas, são móveis, e dependem dos ventos e das chuvas. Não sei quanto tempo esta lagoa vai ficar nesta localização.
Que presente eu recebi!
Finalizado meu revigorante mergulho, percorri mais alguns quilômetros. Cruzei a estrada, e iniciei o meu retorno ao ponto de partida. Mais 10 exaustivos quilômetros, sob um Sol escaldante.
Felizmente encontrei algumas notas de Reais dentro de minha mochila, que me permitiu adquirir mais uma porção de água.
#Dicas Finais
Leve boné, use uma camisa de manga longa com proteção solar. Leve pelo menos 2 litros de água. Leve um par de meias sobressalente. Uma cueca ou calcinha sobressalente, de acordo com sua preferência. GPS e pilhas sobressalentes. E obviamente muita, MUITA vontade.
Atenção que existem diversas propriedades particulares no entorno desta trilha. Neste caminho por mim percorrido, não saltei nenhuma cerca. Creio não ter entrado em nenhuma propriedade particular. Se o fiz, deixo aqui registrado o meu pedido de desculpas. Durante todo o meu trajeto, nada danifiquei e levei. Deixei apenas algumas marcas de pegadas, que agora o vento já deve ter apagado.
Minha virilha ficou com uma assadura gigantescamente dolorida!
Felizmente, mesmo diante inúmeros contratempos, encerrei este ano de forma positiva nas métricas esportivas.
Dos 365 dias do ano, em 208 realizei alguma atividade física (56,99% do ano).
Percorrendo um total de 3.030km, em 247h43min, o equivalente a 10 dias e 7 horas de exercícios.
Melhorei em relação aos anos anteriores. Isto somente percebo, pois registrei “fielmente” cada uma das atividades, ao longo destes 3 anos (2015, 2016 e 2017). Efetivamente em algumas faltou bateria no dispositivo GPS e nestas estimei os totais da atividades .
Ai fica a dica, registre seus treinos. Tudo que se registra, se mensura, se compara… é Possível melhorar. Analisando os números, fica fácil identificar onde ocorrem falhas/rupturas.
Eu utilizo uma planilha”off-line”, desta forma tenho liberdade de cruzar os dados para uma visualização destes de acordo com minha necessidade. Além do fato de eu não levar o celular em grande parte de minhas atividades esportivas/trilhas. Mas se você prefere, existe diversos APPs que podem lhe auxiliam nesta tarefa.
Com relação a 2018… este é uma nova folha em branco, e já comecei com dois dias de folga… Esse ano promete!
Vale lembrar um post de 2016 – Regularidade. Sugiro releitura do mesmo.
Seguem algumas fotos deste ano de 2017 que passou.
O Sol nascendo e o pedal é na direção dele. Destino é o Chapéu do Sol. Bairro de Porto Alegre, passando Belém Novo. Asfalto nesse trecho não oferece maiores dificuldades. São 15km aproximadamente, se considerar a saída o início do calçadão de Ipanema.
Encontrei “encravado” neste bairro, uma pequena porção de “mato”.
Atenção para a chegada ao local. Existe uma trilha logo após a entrada no “pórtico”. Creio que esta vá para algum conjunto habitacional. É grande o fluxo de pessoas nela.
Para acessar o mato, é preciso cruzar o córrego logo após o “pórtico”. Siga reto, não dobre para a direita, após o “pórtico”.
“Pórtico”
E a trilha? Muito fechada. É pouco utilizada. Praticamente não existe trilha. Quanto mais eu adentrava em direção aos pontos que eu havia pré-definido, mais densa fica a vegetação, a ponto de impossibilitar pedalar.
Segui literalmente desbravando este local. Tal era a densidade da vegetação, que minhas canelas, desprotegidas, ficaram crivadas de espinhos. Muitos espinhos.
Carregando a bicicleta sobre o ombro, em terreno pouco favorável, decidi não prosseguir na direção que eu havia planejado, tal era a dificuldade de avançar. Com a ajuda do GPS tratei de retornar pelo caminho percorrido. Não sem antes tentar retornar sem a ajuda do GPS, o que não foi possível, tal é a densidade da vegetação, que não permite uma navegação sem apoio de instrumentos.
A subida pouco pronunciada, agora no retorno é uma descida. Um pouco de emoção nesta trilha, não poderia faltar…
Enfim, não recomendo percorrer essa trilha. Não de bicicleta. Quem sabe no futuro, sem bike e na companhia de um facão, periga eu tentar novamente. Quando? Não sei.
A chuva que castiga a região Sul do Brasil, segue inclemente. Nem mesmo ela pode frear meu ímpeto pela rua. De forma inusitada, parti pouco antes do meio-dia. Uma corrida leve em torno de 6km, passando pela praia de Ipanema, zona sul de Porto Alegre, até chegar ao “pé do morro”.
Sem tempo de hesitar, o pé passa do asfalto para a grama. Busco a trilha para acessar o topo do morro. A água da chuva transformou a trilha em leito de rio. Molhar o pé quando se esta correndo, não é bom. Mas o que fazer, é um risco que assumo quando decido correr na chuva.
Há quem não suporte o simples fato de pensar em fazer uma trilha, causa arrepios, com chuva então, impensável. Não faço parte deste grupo. Este tipo de atividade neste clima, me é prazerosa.
Aproveitei o fato de estar sem bicicleta e escolho um trajeto mais difícil, fora da trilha. Utilizei um caminho de pedras. Não é o mais indicado a se fazer, especialmente considerando a chuva, pedras molhadas e escorregadias, estar sozinho. Mas enfim, foi a minha escolha.
O progresso foi lento e cauteloso. Vencer subida de pedras molhadas, requer cuidado.
Venci a subida, cheguei ao topo. O vento se faz presente. A nebulosidade é visível, nuvens baixas se movimentam ao sabor do vento. Ficar parado no vento estando molhado, não é boa ideia. Não houve tempo para contemplar a paisagem.
A descida se deu igualmente por caminho sem trilha, sobre pedras e vegetação alta. Bom para testar reflexo e orientação.