Abaixo o documentário/vídeo da jornada…
O caminho era longo e o terreno acidentado. Tudo isso já era sabido antes de eu partir para esta jornada. Mesmo assim, cedo, pouco depois das 5h da manhã já me encontrava pedalando, sob a luz da “SuperLua”.

A primeira surpresa do caminho se deu na rotula de entrada do bairro Restinga. A madrugada escura envolvia uma multidão de pessoas e carros que trancavam a via, era mais um fim de festa de grandes proporções.

A medida que o Sol começou a raiar, os quilômetros iam se acumulando e os bairros ficando para trás. Serraria, Ponta Grossa, Hípica, Canta Galo, Lami, acabou Porto Alegre, começou Viamão. Itapuã. Vencer este trajeto não é tarefa das mais difíceis. Qualquer ciclista com um mínimo de preparo físico consegue vencer este trecho. Todo ele é asfaltado. Pouco depois da Vila de Itapuã, acaba o asfalto. É um trecho tranquilo de pedalar, embora a velocidade média diminua neste terreno.

Passando o parque de Itapuã, sigo em direção ao Hospital Colônia Itapuã, vulgo Leprosário, seguir adiante é o desafio. Deste ponto em diante é praticamente inexistente o transito de pessoas. Ingresso em uma pseudo estrada que corta fazendas de criação de gado e lavoura. É um caminho pouco utilizado, praticamente não existe uma trilha demarcada.

O silêncio e a solidão. Sou envolto por ambos. Apenas o canto de alguns pássaros me acompanha. Até que… fura um pneu. Lá se vão uns 10 a 20 minutos na tarefa de trocar o mesmo. Terminado o serviço prossigo, e novamente mergulho no meu rumo.
O progresso não é veloz. Sempre utilizando o GPS como guia, com pontos que eu pré-determinei.
Algumas cercas devem ser puladas. Numa delas uma grande boiada “fugiu” com a minha aproximação.

Trechos arenosos, onde pedalar é impossível, felizmente não são longos estes trechos. Terrenos alagadiços, terrenos pantanosos, barro, todos se fizeram presentes.
Faltando pouca distância para o objetivo, a Lagoa dos Patos, o cheiro da água se faz perceptível, trazido pelo contra vento. Sou tomado de assalto por grande alegria ao primeiro vislumbre da lagoa.

Antes das 9h da manhã eu estava à beira da Lagoa dos Patos, após percorrer 51,4km em 3h15minutos.

Um mergulho revigorante na lagoa. Fiquei aproximadamente 30 minutos aproveitando esta orla. Infelizmente ocorreu um vazamento dentro da minha mochila, que inutilizou uma muda de roupa que eu havia planejado usar após o mergulho.

Após este momento de diversão, iniciei meu retorno. O retorno, o retorno na minha opinião é uma parte… enfadonha. O objetivo já foi atingido… Mas retornar é preciso.
Neste instante o Sol se apresentou com bastante força. Voltar para a estrada da Varzinha, implicou em cruzar alguma cercas e campos sem trilha alguma. O GPS é de grande auxilio nestas horas. Uma vez de volta a estrada, o resumo é pedalar e acumular quilômetros, 60, 70, 80, 90 e 100. Cansativo o retorno, mas necessário.
Enfim 100km pedalados para poder mergulhar em uma lagoa. Há quem diga que isso é loucura, outros dirão que bela aventura. Na minha opinião, valeu cada gota de suor!
RESUMO |
101,35 Km pedalados |
5h16 minutos pedalando |
1h29 paradas (mergulho na lagoa + troca de pneu + pequenas paradas de hidratação) |
3346 calorias queimadas |
Dificuldade: Difícil |
MAPA |
Detalhe |
Esta trilha requer um bom preparo físico. Vou publicar outras duas opções cujas distancias percorridas são menores, para quem deseja pedalar até encontrar “agua”.
Caso tenha interesse em realizar esta trilha sozinho basta ir. Caso queira contar com auxílio de um guia, entre em contato via e-mail. Lembre-se que neste trajeto eventualmente pode ser preciso cruzar propriedades privadas. Tenha em mente a possibilidade de ataque de cães, represália por parte do proprietário além de sanções legais.