Ilha do Presídio – Remada / Escalada / Rapel

Já remei diversas outras oportunidades para a Ilha das Pedras Brancas / Ilha do Presídio. Em função destas “experiências”, recebi alguns convites para visitar a ilha acompanhado. Aceitei todos. Porém em função de fatores diversos na hora da partida fiquei só.

Uma vez que eu tinha somente registros fotográficos da ilha, parti sozinho para realizar um pequeno documentário em vídeo, para aqueles que tem curiosidade de conhecer a ilha. VÍDEO ABAIXO.

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A ilha das Pedras Brancas

A meteorologia previa chuva e vento, no dia escolhido para a visita. Eu particularmente tenho minhas ressalvas com relação a esta “ciência”. E desta vez erraram na previsão. O dia não poderia ter sido melhor. Clima agradável, sol na medida certa e nada de chuva.

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Previsão de chuva… Hein?

A remada de 4km até a ilha foi tranquila, mesmo com o Rio Guaíba estando 2 metros acima do seu nível normal em função das chuvas de dias anteriores. Nada de sustos, um pouco de turbulência na saída. Posteriormente as águas se acalmaram.

Como de costume circunaveguei a ilha para verificar se havia alguém desembarcado nela. Este 360° na ilha leva 5 minutos. Satisfeito com a minha análise, de que a ilha estava inteiramente a minha disposição, desembarquei.

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A guarita

Após “esconder” o caiaque no mato, para evitar que ele seja encontrado por alguém que venha atracar na ilha, parti para exploração da antiga estrutura do presídio.

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É uma construção sólida, com grossas paredes. Porém o tempo e a depredação do local são evidentes. É um local silencioso. Eu fico imaginando como foi ser um preso político quando do funcionamento da prisão…

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Findada a parte histórica… trilha… existem duas guaritas nesta ilha, nos pontos mais altos. Inacessíveis… Ou não… Fui até uma delas. Desta vez estava preparado. Trouxe equipamento para auxiliar na ascensão.

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Pequena Escalada

Para quem tem disposição, a vista compensa o esforço.

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Escalei e desci de rapel. Recolhi o equipamento e retornei ao caiaque. Retornei remando, até que próximo ao meu ponto final, encontrei o grupo de caiaques PescaiaqueRS Metropolitan. Este pessoal esta organizando a remada internacional de Porto Alegre…

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PescaiaqueRS Metropolitan

Ah, o Rio Guaíba e suas infinitas possibilidades, para quem nunca conheceu, não sabe o que esta perdendo…

RESUMO

10,67 Km remados + trilhados + escalados

2h49 tempo total

615 calorias queimadas

Dificuldade: Média, considerando pessoa com habilidade caiaque + rapel

Track GPS no link abaixo

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Ilha das Pedras Brancas (Presídio) – Remada

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Guarita sobre as pedras brancas

O tempo passou e a vontade cresceu. Retornei para água. Fui para regata no mês passado, e enquanto embarcava no veleiro, lá no cantinho o caiaque ficou me olhando. Chamando baixinho… – Ei olhe para este lado. Vem para uma voltinha… Não atendi o chamado… Até o dia de hoje 08/11/15, um baita domingo de Sol sem vento. Parti cedo. As 7h da manhã eu já estava na beira do rio Guaíba. Vencidos os trâmites variados, consegui partir ás 8h em direção a Ilha das Pedras Brancas, também conhecida como ilha do Presídio. A ilha tem este nome por ter abrigado um presídio político no tempo da ditadura. Hoje esta estrutura esta desabitada e desabando. Uma lástima.

LINK para o trajeto do GPS – VEJA O TRAJETO

Saindo da Vila Assunção, já é possível ter a visada da ilha. Basta colocar o bico de proa na direção dela e remar. O dia perfeito, sem vento e sem ondas. Meu velho caiaque tem o fundo chato, o que o torna muito instável em aguas agitadas.

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Ilha ao fundo
Muito próximo...
Muito próximo…

Remada tranquila, em menos de meia hora venci o trajeto de 3km até a ilha. Uma alegria. É impressionante, mas somente o fato de chegar ao objetivo, a ilha me fez abrir um largo sorriso, mesmo já tendo feito esta travessia inúmeras vezes. Note que não é preciso ser o “Rambo” para realizar esta travessia. Basta um pouco de preparo físico, um colete salva-vidas, uma garrafa de água e vontade. Não sou um remador costumaz.

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Distância e tempo

Parti para a pequena baia para o desembarque, e uma surpresa. Na ilha estavam acampados uns 6 a 7 navegantes. Pescadores, com o seu barco atracado no trapiche. Fui convidado por um deles para desembarcar em terra e provar o peixe que eles haviam assado. Ofereceram também um gole de cachaça, entre diversas ofertas. Recusei educadamente todas elas, depois de me aproximar e ver que um deles estava com o rosto “desfigurado”. Parecia ter levado uma bela surra. Enquanto me afastava me questionaram a direção da Usina do Gazômetro, informei o rumo e me fui.

Parti para uma volta na ilha, remando. Neste intervalo de tempo eles partiram do local. Uma vez a ilha vazia, desembarquei. Feito o devido registro fotográfico, parti em direção a Pedra Redonda, meu destino final.

Prédio abandonado. Isto deveria virar ponto turistico. Com restaurante, transporte aquaviário... Sonho
Prédio abandonado. Isto deveria virar ponto turístico. Com restaurante, transporte aquaviário… Sonho. Observe no canto esquerdo o desfoque. Entrou agua na lente da câmera, que não é “waterproof”.

O vento e pequenas ondas se fizeram sentir neste trajeto. Nada assustador. Remada vigorosa. Sorriso no rosto. Diferente da primeira perna, em que é possível observar trajeto reto em direção a ilha a volta foi um pouco sinuosa. Uma vez que eu não marquei o ponto de desembarque final, e era difícil precisar o mesmo ao largo da costa. Somente ao me aproximar da terra é que foi possível seguir para meu rumo final.

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O saldo, extremamente positivo. Um sorriso no rosto pelo resto do domingo. Dureza foi ter de carregar o caiaque por quase 1km por terra. Mas isto é outra história.