Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição de Araçatuba – SC

Localizada na Ilha de Araçatuba, entre o continente e o sul da Ilha de Florianópolis ostenta as ruinas da Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição.

Fortificação portuguesa com construção datada de 1742. Mais detalhes no Wikipedia.

Parti logo cedo as 5h da manhã. Caminhei da Pinheira até a Ilha do Papagaio, 5km de distância.

Escolhi o local da partida…

local de partida do continente

Iniciei a travessia nadando 350 metros…

Durante a travessia, o canal tem aproximadamente 26 metros de profundidade. Nadar sem apoio em tal profundidade em mar aberto, é um bom exercício de autocontrole. Impossível não pensar me tubarões, mesmo eles não habitando a costa de Santa Catarina. Preocupação com embarcações que trafegam neste trecho é outro fator de atenção. E a profundidade também assusta.

Próximo da Ilha, sofri efeito de uma corrente direcionada ao alto mar. Foi bastante difícil vencer a mesma. Eu estava segurando a câmera e tinha o colete que eu decidi não vestir na ida, logo ele foi amarrado por uma corda ao meu corpo. Estes fatores dificultaram bastante o meu progresso.

fui literalmente “centrifugado” ao tentar chegar na ilha. Fui para o ponto mais próximo, um paredão de pedras e corais. O ideal é nadar um pouco mais em direção norte da ilha pelo lado do continente, onde o acesso é mais fácil.

Chegando a ilha consegui me recompor. Realmente não recomendo essa travessia sem equipamento de mergulho de superficie (mascara, snorkel e nadadeira). Vá também com as mão livres, para usar os braços no deslocamento.

Imagens da ilha…

Ruinas

Forte

Canhão

Morador inusitado, uma Capivara solitária. Me pergunto como ela chegou até a ilha…

Ir nadando até uma ilha deserta e cheia de história é uma experiência impar. Recomendo se houver muita coragem, autocontrole e habilidade de natação. Recomento também ir vestindo um colete salva-vidas no trajeto.

Caso contrário, aproveite o vídeo. 🙂

RESUMO
1,47Km percorridos
1h 24min tempo total
Dificuldade: Muito Difícil
MAPA
Clic no link MAPA par ver o track

Farol de Itapuã

Existem muitos tipos de sonhos. Sonhos gigantescos, sonhos utópicos, simples, compostos, possíveis e etc… O sonho nasceu desde meu início de vida náutica, como velejador. Tanto nas regatas que adentravam a Lagoa dos Patos, quanto em travessias na Lagoa e no Rio Guaíba. Desde a primeira vez que vi o Farol de Itapuã, eu desejei conhecer este local…

Um “sonho” que alimentei por muito tempo, um sonho possível de realizar, bastaria um pouco de esforço e um pouco de sorte…

Eis que juntei essas duas variáveis, e resolvi a equação deste sonho. o Resultado foi que eu finalmente consegui visitar o Farol de Itapuã.

um pouco de história do farol… Foi construído em 1860. O acesso se dá somente via água. Embora funcione de forma automatizada, ele conta com faroleiro em regime de rotação. Ou seja o faroleiro permanece por determinado tempo no farol.

No belíssimo livro de Geraldo Knippling – O Guaíba e a Lagoa dos Patos, há uma bela foto do Farol, nela as janelas, portas e cobertura do farol, estão com uma cor laranja.

Hoje a cor das aberturas é verde.

As demais fotos do local…

Escadaria
O Farol
Ilha dos Juncos
Muro Farroupilha…
entrei e fiz o tour descalço…

Vila Itapuã – ilha das Pombas – Farol de Itapuã – Praia do Tigre – Praia de Fora – ilha dos Juncos (Remo)

Gravação da remada…

Longo é o título deste post, assim como o post e como foi essa remada…
Faz muito tempo que eu tenho um desejo trancado no campo das ideias. Conhecer com calma os encantos do Parque Reserva de Itapuã – RS. Assim como suas praias. E claro o Farol de Itapuã, que marca o encontro do Rio Guaíba e da Lagoa dos Patos. Não esquecendo obviamente também da Ilha das Pombas e da Ilha dos Juncos.

Todas as vezes que eu passei por esses locais, eu estava velejando, ou em regatas ou em travessias, que não permitiam parar e contemplar estes locais. E cada vez que eu passava por eles eu reforçava uma promessa de visitar estes locais com calma.

Eis que aconteceu. Marquei o trajeto, suprimentos, equipamentos, entre eles um saco de dormir. O plano era pernoitar na Ilha dos Juncos. Infelizmente descobri que que as ilhas são áreas de preservação cuja visitação é proibida. Uma lástima. Preservar é preciso, mas creio que alguma flexibilização deveria existir.

Voltando ao remo. Parti logo cedo saindo da Vila de Itapuã. Dia claro, sem vento, rio com águas calmas. Percorridos 5km e chego ao primeiro objetivo, Ilha das Pombas. Uma placa fincada na ilha… Qual não é a minha surpresa descobrir que a ilha é área protegida. Pausa sem desembarcar, fico ao largo da ilha e faço ali o desjejum.

Sigo remando, agora em direção ao “portão” que marca a separação do Rio Guaíba e Lagoa dos Patos. É lá que esta o Farol de Itapuã.

Passadas pouco mais de 2horas e 12km remados, eis que finalmente chego ao farol de Itapuã. Lindo, majestoso. Posso permanecer o tempo que eu assim desejar contemplando esse monumento a navegação, que é ainda atualmente de grande ajuda para as embarcações que circulam nesta área. Um dia sei que vou receber um convite para conhecer o interior desse símbolo.

Farol de Itapuã

Mas eu desejava mais, e fui em busca… Venci meu receio e adentrei na Lagoa dos Patos em uma embarcação miúda. Meu pequeno caiaque. Quem já navegou com tempo ruim na lagoa, bem sabe que esse não é local para pequenos barcos…

Mesmo em um dia ensolarado, o vento e as onda se apresentaram, não com extrema fúria, mas estavam lá, marcando a entrada da lagoa.

Felizmente consegui me abrigar do vento de quadrante norte tão logo alterei meu rumo e fiquei “abrigado” pelas elevações que compõem o Parque de Itapuã. Em águas mais calmas, consegui visualizar toda a beleza do Parque.

Praia do Tigre, linda, intocada

As elevações, o relevo do parque. A vegetação, pedras e água.

A Praia de Fora

Cheguei a Praia de fora depois de remar 15km em pouco mais de 3h. Lembrando que precisaria fazer todo o caminho de volta… Esse tipo de remada eu não aconselharia ninguém a fazer, principalmente se a pessoa não realiza atividades físicas regularmente. Eu embora não seja um remador costumaz, devo remar 1 ou 2x por mês, no máximo. No inverno essa taxa cai para quase ZERO. Mesmo não me considerando um “remador” eu encaro o desafio. Claro que o esforço de remar deve ser levado em consideração. Mas existem outras variáveis nesta equação, autocontrole, um pouco de coragem entre outras.

Mas valeu cada remada. A margem da Praia de Fora é muito rasa. O caiaque encalhou a uns 2 metros da areia. Assim não desembarquei na praia, e sim na água. E por ali fiquei para um mergulho.

Praia de Fora – imagem de DRONE

O acesso a esta praia por terra é via o Parque de Itapuã. Tem períodos em que a visitação é aberta ao público e outras é vedado, em função do manejo ambiental do parque.

Aproveitei meus momentos neste local. Juntei meu equipamento e partiu retorno, mirando a Ilha dos Juncos.

O caminho inverso agora na Lagoa dos Patos indo em direção ao Farol de Itapuã. E com vento de proa. E neste caminho tenho de cruzar novamente pelo…

sim ele novamente, o Farol de Itapuã… um dia quem sabe vou poder visitar…

Já de volta ao Rio Guaíba e passo pelo canal de navegação e uma de suas boias

Navio passando, e eu remando…

Após mais de 5h30min remando por mais de 23km, chego finalmente na Ilha dos Juncos. Cansado.

Ilha dos Juncos, a placa de PROIBIDO TUDO pode ser vista no canto direito, acima da vegetação.

Não obstante a placa, encontrei uma patrulha ambiental em um bote. Que reforçou a proibição. Durante todo a remada eu observei esse bote indo e vindo, entre as ilhas e o parque. Logo meu conselho é que se respeite a orientação pelo não desembarque nelas.

Novamente levanto o questionamento. Sim preservar é preciso. Porém será esse o melhor caminho, o de proibir qualquer interação com as Ilhas? Não sei.

Sem opção de desembarque. Com pesar desisti de passar a noite na Ilha dos Juncos. Ajustei o rumo para Vila de Itapuã, e remando lentamente, cansado e contra o vento, resignado fui remar os 7 km para o final da aventura.

Mas o destino ainda me reservava uma surpresa… Uma pequena embarcação de pesca alinhou comigo e gentilmente o Comandante João Pituca ofereceu um reboque. Pensei por alguns instantes e aceitei. os 5km finais foram “deslizando sem esforço” pelas águas do Guaíba até a Vila de Itapuã.

Comandante João Pituca

Reboque amigo…

“deslizando sem esforço”

Já no Canal da Vila de Itapuã

RESUMO
26,5Km remados
6h 15min remando
1633 Calorias queimadas
Dificuldade: Difícil
6,1Km rebocado
48min rebocado

Roxo = Remando
Amarelo = Rebocado 

TPT – Bike

Travessia Porto Alegre Tramandaí.

 

Mesmo eu estando absolutamente sem preparo físico, em função de uma fratura na tíbia recente (que acredito estar resolvida), resolvi encarar esses 134km.Quente, muito quente, na semana mais quente do verão gaúcho de 2019, apareceu uma oportunidade (tempo e carona de volta) para realizar um pedal até a praia de Tramandaí.

TPT02

Logo cedo pouco depois das 4h da manhã, peguei minha mochila+bike e parti rumo ao litoral. Calor e escuridão estavam me esperando logo ao sair de casa.

Foram aproximadamente 22km em uma hora, para chegar ao inicio da estrada(freeway). Passei tranquilamente pela cidade de Porto Alegre e sua agitada vida noturna.

O inicio da freeway é de uma escuridão total. A pouca iluminação que eu aproveitei eram dos faróis dos veículos que trafegavam na estrada.

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Escuridão total em trechos da Freeway

Segui pedalando, o clima ainda estava agradável até que o dia raiou. Com força e brilho o Sol se fez presente, e com ele o calor abrasador se fez sentir.

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Pneus furados pelo caminho me atrasaram bastante, fez o tempo total da travessia aumentar.

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Fiz amigos novos pelo caminho, além da Peppa…

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Porém após as 10h da manhã o calor passou a ser sufocante. Passou dos 30°C. Fui obrigado a buscar um local com sombra para me recompor e aguentar os últimos 10km do trajeto planejado.

TPT26
Chegando…

O final foi difícil. Mesmo assim atingi meu objetivo.

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Atenção ao termômetro = 34°C

Obs.1. O cuidado que se deve ter ao pedalar na freeway são os acessos das cidades que margeiam a estrada. Nestes pontos o acostamento é suprimido.

Obs.2. Levei dentro da minha mochila além de líquidos para consumo, itens de uso pessoal, para passar o final de semana. Desta forma minha mochila ficou muito pesada.  Ao final do pedal eu fiquei com os ombros levemente doloridos, em função do peso carregado.

Mesmo assim foi uma travessia muito bacana.

RESUMO

134 Km

7h29 tempo total

3722 calorias queimadas

Dificuldade: Difícil

Clique no mapa para o track GPS

TPTmap

 

Ilha do Presídio – Rema(dinha)

Depois de um longo período de recuperação, de uma fratura…

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Ilha das Pedras Brancas ou do Presídio. É sempre uma remada prazerosa, que não exige muito esforço. Diversas vezes já fui lá. Diversas vezes fui convidado para ir lá, porém aqueles que me convidam acabam tendo algum contratempo, que os impede de ir. Dessa forma acabo indo sozinho…

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Lá fui eu novamente…

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Segue um outro vídeo desta breve remada, realizada em outra ocasião/data.

Ao lado o link [ Ilha + Rapel ] para o Post desta remada.

RESUMO

8,3 Km

2h03 tempo total

Dificuldade: Fácil

Lagoas Interpraias (SUL) – Remo

A ideia era grande e desafiadora. Percorrer as 06 (seis) lagoas e seus canais de ligação, entre Cidreira e a Barra de Tramandaí/Imbé. Escolhi para realizar o desafio um dia com vento do quadrante Sul. Felizmente havia essa previsão de vento durante a janela que eu tinha para realizar a travessia.

São 6h da manhã. Solicitei apoio para o transporte do caiaque ao ponto de partida, coube ao meu solicito e prestativo advogado Cristiano Müller esta tarefa. Chegando em Cidreira apontei a ponte que escolhi para o início da jornada, ele incrédulo, – Mas é aqui mesmo?

Caiaque foi rapidamente para água, assim como os demais equipamentos, principalmente o GPS, dentro de um saco estanque preso ao caiaque. Equipamento fundamental para o sucesso da minha expedição.

Lagoasinterpraias.Still001

Iniciei a travessia da primeira lagoa, a Lagoa da Fortaleza ou Azul. O vento Sul neste instante era de pouca intensidade, se fez presente, auxiliando na direção em que eu remava. Minha energia estava a pleno, sendo realizada rapidamente. O primeiro canal foi encontrado sem maiores dificuldades, mesmo estando ele “escondido” pelos juncos.

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Juncos escondem entrada do canal

Pouco depois de iniciar a remada no canal, lá estava a barragem Lagoa Azul. Como não havia muita referência a ela na Internet, foi uma surpresa. Meu receio é que ela provocasse um “correnteza”, que poderia me “jogar” em suas corredeiras,  fui muito cauteloso na aproximação desta. Felizmente nenhum susto maior. Consegui contornar ela caminhando sem  dificuldade.

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Canal

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Barragem Lagoa Azul

Após a barragem o canal é muito raso. Raspei o fundo do caiaque diversas vezes no fundo raso.

Adentrei a segunda lagoa, Lagoa do Manuel Nunes. 3km de remada. O vento se intensifica. Há um discrepância no mapa que me guia. Este mostra um desenho diferente do lago/entrada do canal. Felizmente contornei o problema rapidamente e entro no segundo canal. Ao final deste canal, existe uma pequena ilha de areia que leva para a terceira lagoa.

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Canal raso

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Ilha de areia

A terceira é a Lagoa do Gentil.  São mais 3km. O vento levanta marolas de popa. Eventualmente consigo surfar estas. Outra me ultrapassam, e literalmente passam por cima do caiaque, enchendo o cockpit de água. Este é um dos riscos de navegar com o vento de popa, ondas que “lavam” a embarcação miúda.

Mesmo com condições climáticas adversas, faço uma navegação impecável, chegando precisamente no próximo canal. Aqui uma pausa para repor calorias, após 4 horas remando.

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Revoada

Saindo deste canal a lagoa de número 4, a Lagoa das Custódias. Misericórdia, essa foi dura, o vento e ondas entravam pela alheta de boreste.  Desestabilizando o caiaque. Foi pouco mais de 4km remando em condições que já não mais eram das mais favoráveis. Para piorar acabou a bateria do GPS. Era impossível trocar estas neste trajeto. Tive de achar o canal “no tato”. Felizmente antes do GPS apagar, eu havia marcado um ponto notável em terra que simbolizava a entrada do canal. Foi nessa direção que remei e encontrei o “fu**ing” canal. Nele tratei de trocar as pilhas do GPS.

Este canal marcou a “volta para a civilização”. No entorno dele diversas casas e pessoas. Mas após ele, eu desconhecia o tamanho do problema que viria a enfrentar.

Lagoa do Armazém e Lagoa Tramandaí. Esse trajeto de pouco mais de 3 km foram absolutamente infernais.  Vento forte e ondas de través, por mais que eu tentasse manter a linha reta amarela pretendida, era impossível. O Vento me empurrava para a ilha de juncos. O cockpit ficou novamente alagado. Eu estava remando por mais de 6h30min, 25km. Minha força já era apenas uma fração. Foi uma luta contra a natureza, melhor dizendo, uma negociação. Lutar contra a natureza é derrota na certa, é preciso negociar, fazer concessões para atingir o objetivo pretendido modificando um pouco o trajeto planejado.

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Vento sul pelo través, impossível manter uma reta

Enfim venci este trecho. E logo encontrei a barra de Tramandaí. Aguas mais calmas. Tomou 40 minutos para percorrer estes 2,5km. Minha força já me abandonava por completo. Encalhei o caiaque no ponto pretendido para o meu resgate. Não sai do mesmo. Estava com frio, ficar dentro dele me abrigava do vento em meu corpo molhado. Liguei para o meu resgate e fiquei 30 minutos parado. O pessoal que aproveitava a orla, me olhava de um jeito estranho, mal sabiam eles tudo que eu havia passado…

RESUMO

30,53 Km

7h11min tempo total

1734 calorias queimadas – estimativa baixa

Dificuldade: Extrema / Insano

Clique no mapa para o track GPS

Mapa_FULL_Interpraias

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este tipo de expedição para empreender sozinho, é preciso ter muita Fé em si mesmo. Acreditar e conhecer a ti mesmo. Se quebrar o teu “espírito” no meio do trajeto, acho difícil conseguir/chamar qualquer apoio.É preciso acreditar na tua força e seguir remando, negociando tua passagem, mesmo quando os elementos estão contra ti.

Nem tente fazer tal trajeto se não tem conhecimento de navegação por GPS. Tão pouco se não tem intimidade com caiaque, águas, saber nadar …

Não há qualquer marcação/sinalização da entrada destes canais.

2000km @ 2017

 

2.000 km percorridos em 2017. Desde 1° de janeiro até 06 de setembro de 2017, 2.000km percorridos em ambiente externo. Seja correndo, caminhando, pedalando, remando, subindo ou descendo… Extenuante? Não, foram emocionantes. Ok, eu confesso que houveram dias em que a preguiça pedia algumas horas de sono extra…

Felizmente venci a preguiça. Uma vez que eu não faço uso de academia, tenho apenas um compromisso firmado “comigo mesmo”, de ter que fazer exercício em 50% dos dias de cada mês, percorrendo um mínimo de 200km e 24 horas, quando somados todos os tempos e distâncias dentro de cada mês.

Pequenas lesões, me impediram de chegar neste marco antes. Além de atrapalhar meus objetivos nos meses de junho e julho.

Mas, é mais fácil do que você pensa. Basta querer!

2000km2017
Resumo

 

Poa / Guaíba – Remo

O inverno não é a estação do ano mais convidativa para prática de esportes ao ar livre. Menos ainda quando envolvem água. A previsão era de um dia nublado e com possibilidade de chuva e um vento “moderado”. Levando em consideração essas variáveis, e o fato de que eu desejava “descansar” as pernas de uma semana de treino de corrida e pedal, parti com o caiaque em direção ao Rio Guaíba.

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Amanhecendo na beira do rio

Logo aos primeiros raios de Sol, o caiaque já se encontrava flutuando na água. Findados todas as checagens de segurança, parti. O plano é simples, proa apontando na ilha das Pedras Brancas (Presídio), após deixar esta por bombordo e seguir até a praia do Caisinho na cidade de Guaíba.

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dia nublado

E assim foi feito. Uma remada tranquila. Embora o dia nublado, com nuvens cobrindo todo o céu. Somente próximo a ilha é que foi possível “sentir” a presença do vento e algumas marolas, nada assustadoras.

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Passando ao largo da ilha das Pedras Brancas

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poucas marolas e vento

Em pouco mais de 1h venci os 6km de rio que separam estas cidades. Em Guaíba, a cidade preguiçosamente acordava. Um breve descanso, e voltei para água. Me aguardavam mais 6km para o retorno.

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Chegando em Guaíba

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Cidade praticamente deserta, cedo pela manhã

Pouco depois de deixar a margem de Guaíba, encontrei 4 jovens remadores, em uma única embarcação. Questionados, revelaram que estava se preparando para Campeonato de Canoagem, representando Guahyba Associação de Canoagem. Boa sorte a estes atletas.

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Boa sorte aos jovens atletas

Voltando a minha navegação, marquei no GPS o exato ponto onde eu desejava aportar. E nesta linha reta eu segui. Uma chuva fina no meio da travessia brindou minha passagem. Parei por alguns instantes de remar, para escutar o barulho da chuva, caindo sobre o leito do rio. Que momento!

Estar remando, especialmente sobre o rio Guaíba, é onde me sinto mais tranquilo, isso em uma condição sem vento. Quando o vento “pega” sobre o rio… ai a história é diferente. É preciso sempre checar a previsão antes de partir. O vento sobre este rio, dependendo da velocidade, pode tornar a navegação em pequenas embarcações extremamente perigosa. Lembre desta informação e de sempre usar um colete salva-vidas.

O rio Guaíba é lindo. Que pena que é tão maltratado. Que pena que as cidades que te margeiam não lhe dão o devido valor e cuidado.

RESUMO

13,3 Km

2h28 remando

761 calorias queimadas

Dificuldade: moderada

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Ilha do Presídio – Remada / Escalada / Rapel

Já remei diversas outras oportunidades para a Ilha das Pedras Brancas / Ilha do Presídio. Em função destas “experiências”, recebi alguns convites para visitar a ilha acompanhado. Aceitei todos. Porém em função de fatores diversos na hora da partida fiquei só.

Uma vez que eu tinha somente registros fotográficos da ilha, parti sozinho para realizar um pequeno documentário em vídeo, para aqueles que tem curiosidade de conhecer a ilha. VÍDEO ABAIXO.

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A ilha das Pedras Brancas

A meteorologia previa chuva e vento, no dia escolhido para a visita. Eu particularmente tenho minhas ressalvas com relação a esta “ciência”. E desta vez erraram na previsão. O dia não poderia ter sido melhor. Clima agradável, sol na medida certa e nada de chuva.

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Previsão de chuva… Hein?

A remada de 4km até a ilha foi tranquila, mesmo com o Rio Guaíba estando 2 metros acima do seu nível normal em função das chuvas de dias anteriores. Nada de sustos, um pouco de turbulência na saída. Posteriormente as águas se acalmaram.

Como de costume circunaveguei a ilha para verificar se havia alguém desembarcado nela. Este 360° na ilha leva 5 minutos. Satisfeito com a minha análise, de que a ilha estava inteiramente a minha disposição, desembarquei.

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A guarita

Após “esconder” o caiaque no mato, para evitar que ele seja encontrado por alguém que venha atracar na ilha, parti para exploração da antiga estrutura do presídio.

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É uma construção sólida, com grossas paredes. Porém o tempo e a depredação do local são evidentes. É um local silencioso. Eu fico imaginando como foi ser um preso político quando do funcionamento da prisão…

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Findada a parte histórica… trilha… existem duas guaritas nesta ilha, nos pontos mais altos. Inacessíveis… Ou não… Fui até uma delas. Desta vez estava preparado. Trouxe equipamento para auxiliar na ascensão.

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Pequena Escalada

Para quem tem disposição, a vista compensa o esforço.

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Escalei e desci de rapel. Recolhi o equipamento e retornei ao caiaque. Retornei remando, até que próximo ao meu ponto final, encontrei o grupo de caiaques PescaiaqueRS Metropolitan. Este pessoal esta organizando a remada internacional de Porto Alegre…

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PescaiaqueRS Metropolitan

Ah, o Rio Guaíba e suas infinitas possibilidades, para quem nunca conheceu, não sabe o que esta perdendo…

RESUMO

10,67 Km remados + trilhados + escalados

2h49 tempo total

615 calorias queimadas

Dificuldade: Média, considerando pessoa com habilidade caiaque + rapel

Track GPS no link abaixo

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Canal do Guaíba – Remada

Com a proximidade do final do inverno, cada vez mais fico tentado a “ir para água”. Um pequeno canal/braço de rio, chamou minha atenção na margem oposta de Porto Alegre, no Rio Guaíba, ao lado da planta industrial da Aracruz.

Não resisti e as 6h da manhã me dirigi até a margem do Rio Guaíba, carregando o caiaque. “Soltei as amarras” pouco antes das 7h da manhã. A minha frente uma remada estimada entre 8 e 9 quilômetros.

Cabe uma pequena ressalva. Nesta manhã um grande nevoeiro/cerração pairava sobre a cidade e sobre o rio. Não era possível enxergar mais do que 10 metros à frente. A navegação / orientação seria toda por instrumentos. A bussola indicava o rumo 251° como meu azimute. E desta forma parti. Após poucas remadas fiquei absolutamente sem nenhum ponto visível em terra para orientação, para qualquer lado que eu olhasse, via somente água e névoa. É preciso saber o que se esta fazendo quando as condições não são as ideais. Fazer esta travessia sob tempo fechado, sem conhecimento de navegação por instrumentos, é um grande risco. Rapidamente você pode ficar desorientado, entrar em pânico… A água não tolera erros, não tolera pânico.

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No meio do rio, nublado, visibilidade menor que 10 metros. Céu e água fundidos.

Segui firme no meu rumo, fazendo pequenas correções. Porém a medida que eu avançava em direção ao canal de navegação, por onde passam grandes embarcações, navios de carga, um barulho de motor ficava cada vez mais forte. Parei junto ao canal de navegação e aguardei. A adrenalina era grande. Consultei minha posição no GPS, eu estava à margem do canal. Fiquei um tempo esperando, acreditando que a qualquer momento um grande navio iria cruzar minha frente… Porém o volume do barulho do motor era constante, não aumentou enquanto eu estava parado. Reuni um gole de coragem e parti remando vigorosamente para cruzar o canal. Remei de forma incansável. E cruzei o mesmo. Foi nervoso, acreditar que a qualquer momento teria de remar ainda mais rápido para escapar de uma possível colisão.

Felizmente nenhum navio cruzou meu caminho.

Após remar 1h40min, segundo o GPS a margem a qual me dirigia, estava a apenas 400 metros da minha posição. Porém eu ainda não consegui ver a terra. O Sol finalmente começou a romper a barreira da névoa. E não mais que de repente visualizei. – TERRA À VISTA!

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Terra à vista

A entrada do canal, o qual eu havia planejado explorar estava logo a frente. Minha navegação foi muito assertiva. É recompensador perceber seus próprios acertos.

Sem demora iniciei a exploração do local. Aves de médio / grande porte, peixes igualmente grandes. São alguns dos inquilinos desta área. Arvores que obstruem completamente o leito do rio, criando tuneis verdes. Alguns chegam até a linha d’água, tentando impedir o progresso das embarcações.

Fantástico, relaxante remar neste local. Uma lástima que poucos são aqueles que se aventuram em conhecer estes locais “remotos”. Por outro lado, é maior a preservação deste.

Deixo as imagens contarem a história.

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Entrando no canal

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Obstáculos, galhos.

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Firme na remada

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Saída do canal

Após a visita, é chegada a hora de retornar. São outros 9 quilômetros de remada. Felizmente desta vez é com campo visual amplo, o nevoeiro já se dissipou. A margem para qual me dirijo agora, é visível. Diversos navios cruzam meu caminho. Felizmente a distância entre nós é suficiente para evitar colisões. O vento também se apresenta na direção contraria ao meu destino, formando ondas e freando meu progresso, porém nada impossível de ser vencido.

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Vento contra, Sol e ondas no retorno

Eu desejo apenas chegar. O telefone toca, atendo o telefone em alto mar, ou melhor em alto rio. Sou inquirido do motivo da minha demora e informo minha localização e de que meu progresso é mais lento do que o que eu havia previsto.

Cada quilometro que eu venço em direção ao meu destino final, é motivo de grande comemoração de minha parte. Aos 19 quilômetros, minhas forças praticamente me abandonam. Remei estes dois quilômetros de forma robótica. Foi extenuante este final.

Enfim cheguei, cravei a proa do caiaque na areia, e fiquei ali, sentado contemplando minha conquista. Aquele um minuto, um misto de descanso e alegria pelo que alcancei.

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Chegar, alivio.

Finalizei a remada, recolhi o equipamento e pouco depois das 11h30 minutos da manhã já estava em casa, para “curtir” o final de semana em família, depois de uma bela mijada, por ter demorado além da conta na remada, que era estimada para 3 horas de duração.

Juliano Bonotto

 

RESUMO

21,57 Km percorridos

4h34 tempo total remada

Dificuldade: Muito difícil

Clique no mapa abaixo para visualizar o trajeto

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