
O tempo passou e a vontade cresceu. Retornei para água. Fui para regata no mês passado, e enquanto embarcava no veleiro, lá no cantinho o caiaque ficou me olhando. Chamando baixinho… – Ei olhe para este lado. Vem para uma voltinha… Não atendi o chamado… Até o dia de hoje 08/11/15, um baita domingo de Sol sem vento. Parti cedo. As 7h da manhã eu já estava na beira do rio Guaíba. Vencidos os trâmites variados, consegui partir ás 8h em direção a Ilha das Pedras Brancas, também conhecida como ilha do Presídio. A ilha tem este nome por ter abrigado um presídio político no tempo da ditadura. Hoje esta estrutura esta desabitada e desabando. Uma lástima.
LINK para o trajeto do GPS – VEJA O TRAJETO
Saindo da Vila Assunção, já é possível ter a visada da ilha. Basta colocar o bico de proa na direção dela e remar. O dia perfeito, sem vento e sem ondas. Meu velho caiaque tem o fundo chato, o que o torna muito instável em aguas agitadas.


Remada tranquila, em menos de meia hora venci o trajeto de 3km até a ilha. Uma alegria. É impressionante, mas somente o fato de chegar ao objetivo, a ilha me fez abrir um largo sorriso, mesmo já tendo feito esta travessia inúmeras vezes. Note que não é preciso ser o “Rambo” para realizar esta travessia. Basta um pouco de preparo físico, um colete salva-vidas, uma garrafa de água e vontade. Não sou um remador costumaz.

Parti para a pequena baia para o desembarque, e uma surpresa. Na ilha estavam acampados uns 6 a 7 navegantes. Pescadores, com o seu barco atracado no trapiche. Fui convidado por um deles para desembarcar em terra e provar o peixe que eles haviam assado. Ofereceram também um gole de cachaça, entre diversas ofertas. Recusei educadamente todas elas, depois de me aproximar e ver que um deles estava com o rosto “desfigurado”. Parecia ter levado uma bela surra. Enquanto me afastava me questionaram a direção da Usina do Gazômetro, informei o rumo e me fui.
Parti para uma volta na ilha, remando. Neste intervalo de tempo eles partiram do local. Uma vez a ilha vazia, desembarquei. Feito o devido registro fotográfico, parti em direção a Pedra Redonda, meu destino final.

O vento e pequenas ondas se fizeram sentir neste trajeto. Nada assustador. Remada vigorosa. Sorriso no rosto. Diferente da primeira perna, em que é possível observar trajeto reto em direção a ilha a volta foi um pouco sinuosa. Uma vez que eu não marquei o ponto de desembarque final, e era difícil precisar o mesmo ao largo da costa. Somente ao me aproximar da terra é que foi possível seguir para meu rumo final.
O saldo, extremamente positivo. Um sorriso no rosto pelo resto do domingo. Dureza foi ter de carregar o caiaque por quase 1km por terra. Mas isto é outra história.