
Era sexta-feira dia 29 de abril. Tudo indicava para um final de semana tranquilo. Eu estava começando a planejar um possível destino para um pedal “curtinho”. Havia também um festão de um grande amigo no sábado. Tudo evidenciava um final de semana “normal”. Até que o telefone toca no meio da manhã…
Resumindo
Sexta-feira
10:00 – Velejador Cristiano Hanke convida para travessia Pelotas – Porto Alegre. O barco do comandante Paulo Angonese encontra-se lá após participação em regata local.
Ambos estes velejadores dispensam apresentações, Cristiano pela sua reputação em regatas, Paulo pelas regatas e pelo seu espirito explorador, que tem em seu currículo náutico praticamente todas as lagoas e recantos do “Mar de Dentro”.
12:00 – Retorno a ligação com a minha recusa em participar da travessia. Em função da família e da festa.
13:00 – Em nova ligação Cristiano, me comunica que não aceita minha recusa. Aceito o convite.
Sábado
15:00 estávamos embarcando em ônibus de Porto Alegre para Pelotas.
20:00 embarcados e soltando as amarras do Kauana III, um belo Muller 315.
Vencemos o Canal de São Gonçalo, 5 milhas, em 55 minutos. Decidido foi que passaríamos a noite ancorados na junção do canal com a Lagoa dos Patos.
Domingo
5:30 o dia amanhecendo e chimarrão, recolher a ancora e partir.

A previsão do vento, sábado era de rajadas próximas a 30 nós, diminuindo no domingo. E diminuiu muito rápido. Içadas as velas, com o motor ligado. O vento era praticamente inexistente.
Faina a bordo, foi mínima.
O lado positivo é que a Lagoa dos Patos estava sem ondas. O frio porém esteve presente durante todo o percurso.




Faces do Frio


A vigília durante a noite foi a parte mais dura. Frio, escuro. O piloto automático mantinha o rumo correto. Porém era preciso estar atento a eventuais embarcações e possíveis obstáculos. Em um dado momento, fiquei sozinho no cockpit, os demais tripulantes formam descansar, ou se abrigar do frio. Não sei quanto tempo fiquei só, recordo de ficar até as 4h da madrugada, quando entreguei o posto ao Cristiano.
Navegar durante o período noturno, é questão de confiança. É preciso confiar nos equipamentos que nos servem de guia. Questionar também a acuracidade dos mesmos e se estes foram programados corretamente. Pois não vemos quase nada do que esta à nossa frente. Seguimos os pontos plotados no GPS. É uma navegada “cega”.
A chegada em Porto Alegre, no clube dos Jangadeiros se deu exatamente as 6h da manhã de segunda-feira. Após colocar as amarras em posição, segui para casa, banho e escritório. As 7:30 eu já estava trabalhando. Quanto ao sono. Esse ficou para depois.

RESUMO |
143 mn navegadas |
1 dia 9h46m embarcado |
Dificuldade: Moderada |
1 sorriso no rosto |